sexta-feira, 31 de março de 2017

RESENHANDO - JOVENS SEMEADORES DE ESPERANÇA

(Por Gabriel Valejo)
Publicação da AME Editora[i] assinada por diversos autores do Departamento de Infância e Juventude da FEEES[ii], o livro Jovens Semeadores de Esperança faz parte da Coleção Juventude consciente e surgiu de um Encontro de Mocidades Espíritas do ES (EMEES[iii]) em comemoração aos 150 anos de O Evangelho Segundo o Espiritismo.

A obra traz através de contos a história de treze jovens, encarnados e desencarnados, que se aventuraram em circunstâncias distintas, acertando e errando, aprendendo e progredindo, para de alguma forma semear esperança nos demais corações a partir do Evangelho de Jesus.

Em um trecho da apresentação do livro, Edmar Thiengo traduz muito bem essa essência:

“À sua época, Jesus usou uma técnica simples, mas de grande alcance – a história. Foi assim que o meigo Nazareno, com objetivo de deixar em forma de semente seus ensinamentos, tornando-os acessíveis a todas as pessoas, criou muitas parábolas, técnica que era de uso corrente naquele momento histórico. Ficamos cogitando sobre que linguagem o Cristo utilizaria na atualidade, e, assim pensado, optamos por uma linguagem baseada no que há de mais moderno em termos de contação de história: a storytelling. (...) Essa premissa pautou nossas escritas e, dessa forma, registramos, nas páginas que se seguem histórias que se aproximam dos jovens e suas necessidades”.

Cada capítulo do livro foi inspirado em um capítulo de O Evangelho Segundo Espiritismo, abordando também a mobilização em torno das comemorações dos 150 anos desta obra basilar do Espiritismo, sendo colocado ao final de cada conto um “QRcode[iv]” com um música espírita que se conecta ao tema abordado.

Deve-se esclarecer que as histórias contidas no livro Jovens Semeadores de Esperança, embora muito próximas da realidade, são obras de ficção, repletas de inspiração, intuição, sentimento e conhecimento de cada autor.

Ficou curioso para conhecer o livro?

Assista a palestra de lançamento feita por alguns dos autores:



Além de algumas fotos do interior da obra:




[i] AME Editora é órgão editorial da Associação Médico Espírita de Minas Gerais. Se quiser conhecer a editora, outras obras e trabalhos acesse: http://ameeditora.com.br/

[ii] Hoje o DIJ da FEEES foi ampliado e se transformou em AIJ (Área de Infância e Juventude). Se quiser conhecer um pouco mais da Federação Espírita do Estado do Espírito Santo acesse: http://feees.org.br/

[iii] Encontro de Mocidades Espíritas do Espírito Santo que ocorre anualmente em terras capixabas. Acesse a página do Encontro no facebook para conhecer um pouco mais deste trabalho emocionante: https://www.facebook.com/MocidadesEspiritasdoES
[iv] Se tiver dúvida sobre o que é o QRcode acesse: https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_QR 

quarta-feira, 29 de março de 2017

SÉRIE CHICO XAVIER - APRENDENDO A HUMILDADE


O psiquiatra Alberto Lyra arriscou um diagnóstico para casos como esse narrados por Chico Xavier. Em depoimento à revista Realidade, afirmou, já em 1971: "Uma pessoa, contando repetidas vezes um episódio e obtendo para ele o consenso de seu meio, acaba acreditando que ele é de fato verdadeiro, e nunca mais duvidará de que assim seja".
Alguns parapsicólogos, como o padre Quevedo, defenderiam a tese de "autohipnose", capaz de levar Chico ao próprio subconsciente. Diante dos céticos, o rapaz tentaria manter uma postura: a de respeito. "Ninguém é obrigado a acreditar nos fenômenos", diria aos espíritas indignados com a descrença alheia.
No início, diante das primeiras críticas, ele ficava irritado.
Emmanuel deu um jeito nele com algumas frases contundentes:
- Seu ressentimento é pura vaidade. Você não pode exigir que os outros acreditem naquilo em que você acredita. Ninguém precisa seguir a sua cartilha.
 (SOUTO MAIOR, Marcel. As vidas de Chico Xavier. 2ª Ed. São Paulo: Planeta do Brasil, 2003. p. 85)


domingo, 26 de março de 2017

COMO ADQUIRIR CONHECIMENTO NA DOUTRINA ESPÍRITA?

(Por Alessandra Mayhé)

O estudo é um dos pilares da doutrina espírita. Sem conhecimento, o indivíduo se torna somente mais um reprodutor de frases feitas, dogmas, interpretações particulares e práticas errôneas.
Se o espiritismo estimulasse o “deixa como está para ver como fica” ou a simples aceitação cega dos seus postulados, provavelmente, os nossos psicógrafos ainda escreveriam utilizando o auxílio da “cesta de bico” (ver Livro dos Médiuns).
A doutrina espírita foi codificada por Allan Kardec, pseudônimo do professor Rivail, conhecido por ser um homem de ciência e que não se deixava impressionar por fatos cuja lógica não pudesse ser explicada cientificamente. Essa sua postura veio ao encontro da necessidade dos espíritos que precisavam passar os ensinamentos, mas sem que houvesse sobre eles uma aura de misticismo ou ficção provinda de mentes imaginativas e férteis.
Atualmente, a doutrina conta com inúmeros livros que se intitulam espíritas, alguns com conteúdo realmente coerente com a doutrina codificada por Kardec. No entanto, há aqueles que em seu bojo trazem conceitos inseridos de outras filosofias (às vezes, pensamentos oriundos somente daquele espírito comunicante ou do médium psicógrafo) e nem sempre de forma tão explícita, o que pode levar a confusões ou más intepretações da doutrina espírita.
Mas, então, como perceber essas sutilezas? Como adquirir conhecimento seguro em meio a tanta informação?

sexta-feira, 24 de março de 2017

RESENHANDO - CALMA

(Por Paula Carolinha Banhoz)

Pelo Espírito Emmanuel
Através do médium Francisco Cândido Xavier
  
Calma! Essa palavra tão pequena e cheia de significado. Uma palavra utilizada para trazer de volta a ordem durante os momentos mais atribulados, mas também para consolar e acalentar aquele coração ferido, repetida várias vezes nos momentos de medo e desespero. Enfim, uma palavra e tantas funções. 
O livro Calma, publicado em 1978 pela GEEM, capta todas essas funções e emoções trazendo a calma para os mais variados momentos da nossa vida.
Com uma leitura simples e direta, o livro é um alento para qualquer coração. O sumário do livro traz várias situações onde a calma é o melhor remédio, a melhor saída e a maior consoladora. Entre as temáticas é possível encontrar mensagens para os momentos de irritação, azedume, mau humor e também para encontrar a serenidade, paciência, segurança íntima, paz e tantos outros.

É uma ótima pedida para leitura matinal e pode também ser utilizado nas leituras iniciais, e, claro, sem falar na parceria infalível de Emmanuel e Chico que sempre é um deleite para alma. 
Fica nossa indicação de Calma, para leitura e para vida.

quinta-feira, 23 de março de 2017

Voluntariado – Exercício de Amor

(Por Stéphane Figueiredo)

Na última sexta-feira (17), a Fejog Fraternidade Espirita recebeu o palestrante João Bragança, da Casa Esperança, para falar sobre ‘’Voluntariado. Exercício de Amor’’ e apresentar um pouco do trabalho do Avedalma Lar de Idosos.

O palestrante mostrou dados importantes sobre o trabalho voluntário e explanou sobre o voluntariado e o espiritismo, demonstrando que a dedicação ao trabalho sem interesses pessoais a não ser a própria evolução moral, é digna de remuneração espiritual que é a consequência do prazer em servir.

Emmanuel, no livro ''Perante Jesus'' fala do trabalho voluntário explicando sobre a remuneração mais do que compensadora, quando o objetivo é o simples prazer de servir, desinteressadamente, o próximo. Todas as vezes que a justiça divina nos procura no endereço exato para a execução da sentença que determinamos a nós próprios, segundo a lei de causa e efeito, nesse momento percebe-se a remuneração na interrupção dessa execução ou ainda no abrandamento dessa pena, por tempo indeterminado.

João Bragança apresentou o que é o Lar de Idosos Avedalma (Abrigo à Velhice Desamparada Auta Loureiro Machado) e mostrou como o trabalho voluntário é fundamental para desenvolver e dar continuidade a todas as atividades realizadas com os idosos, entre elas: festas típicas, artesanato, passeios e atendimento diferenciado para os vovôs e vovós que estão com algum problema mais grave de saúde.

O trabalho voluntário é uma atividade não remunerada com o objetivo de ajudar alguém ou alguma instituição sem fins lucrativos. As pessoas que se tornam voluntárias são motivadas por sentimentos diferentes como a perda de um ente querido, uma doença grave ou simplesmente a vontade de ajudar e realizar ações consideradas úteis para si ou para os outros. Não precisa ter religião para ajudar, pois o sentimento é altruísta, mas se você frequenta alguma Casa Espírita e quer contribuir é só entrar em contato com a Administração, com certeza há muitas oportunidades.

Clique nos links abaixo para entrar em contato com a Fejog ou com o Avedalma e faça parte do time do voluntariado:
Fejog Fraternidade Espirita
Avedalma Lar de Idosos

quarta-feira, 22 de março de 2017

SÉRIE CHICO XAVIER - AGRADEÇA!


A humildade, para ele, funcionaria como escudo em várias ocasiões. Numa delas, ele levou um tombo, caiu de costas e bateu com a cabeça no chão. Já estava pronto para reclamar, quando Emmanuel ordenou:
- Agradeça.
- Como?
- Agradeça.
Ainda no chão, Chico levantou um pouco a voz e acatou:
- Obrigado, muito obrigado.
A voz do amigo invisível decifrou o enigma:
- Se você se irritasse, emitiria vibrações quase iguais às deles e eles ficariam com mais força.
O tombo, segundo o amigo invisível, tinha sido provocado por "espíritos de baixa vibração".
Numa noite, quando já se preparava para dormir suas três horas de sono, Chico foi surpreendido pela visita de uma figura diabólica.
- Você me chamou?
A voz era arrepiante. Chico ia dizer a verdade, quando Emmanuel o aconselhou a trocar o "não" por um "sim" estratégico.
- Chamei, sim, senhor.
- E o que você quer?
Chico arriscou uma resposta política:
- É que a vida está tão difícil que eu queria que o senhor me abençoasse em nome de Deus ou em nome das forças em que o senhor crê.
O recém-chegado perdeu o rebolado e insultou:
- É só a gente aparecer que você cai de joelhos.
Depois sumiu.
As provações se sucediam.
(SOUTO MAIOR, Marcel. As vidas de Chico Xavier. 2ª Ed. São Paulo: Planeta do Brasil, 2003. p. 109-110)


segunda-feira, 20 de março de 2017

SÉRIE ALLAN KARDEC - O LEGADO DE KARDEC


 As atividades do codificador aumentavam e, com elas, os conflitos internos na Sociedade Espírita também se intensificavam, a ponto de Kardec pensar em deixar a direção da Sociedade. No entanto, a espiritualidade foi bastante direta na sua orientação:
“Quando um mal existe, ele não se cura sem crise; assim é do pequeno ao grande; no indivíduo como nas sociedades; na sociedade como nos povos; nos povos como o é na humanidade. Nossa Sociedade, dizemos, é necessária; quando o deixar de ser sob a forma atual, ela se transformará como todas as coisas. Quanto a ti, não podes, não deves retirar-te. Não pretendemos, entretanto, subjugar o teu livre-arbítrio; apenas dizemos que a tua retirada seria uma falta que um dia lamentarias, pois entravaria nossos planos.”
A orientação foi bem entendida por Kardec, que nos deixou como exemplo sua perseverança e confiança nos desígnios divinos. Zeus Wantuil resume bem a orientação dos espíritos e a atitude digna de Kardec diante dos obstáculos quando afirma que:
“Vencer as crises e permanecer nos postos, este o dever dos espíritas responsáveis no Movimento”.
As obrigações aumentam, o tempo diminui. Kardec relata que suas forças começam a lhe faltar. Além das divergências internas no Movimento e do excesso de atividades, Kardec sofre a pressão dos opositores que não se cansam de tentar enfraquecer a Doutrina recém-nascida.
“O espiritismo não se afastará da verdade, e nada terá a temer das opiniões contraditórias enquanto sua teoria científica e sua doutrina moral forem uma dedução dos fatos escrupulosa e conscienciosamente observados, sem prejuízos nem sistemas preconcebidos”.
“Que os espíritas, pois, não tenham receio: o futuro lhes cabe; que deixem os adversários se debaterem sob o aspecto da verdade que os ofusca, visto que toda a denegação é impotente contra a evidência que triunfa, inevitavelmente, pela força mesma das coisas. É questão de tempo, e neste século o tempo marcha a passos de gigante sob o impulso do progresso.”
Kardec desencarna enquanto trabalha em uma nova atividade que visava o estudo das relações entre o magnetismo e o espiritismo.
Em seu legado, além das obras da codificação que constituem toda a base filosófica da doutrina espírita, encontramos subjetivamente inúmeros benefícios advindos de sua capacidade indiscutível de apreender a intenção da espiritualidade ao lhe oportunizar tarefa tão árdua. Entre esses benefícios, podemos citar:

  1. A criação de uma doutrina baseada no método científico de observação:
“Conduzi-me com os espíritos, como houvera feito com os homens. Para mim, eles foram, do menor ao maior, meios de me informar e não reveladores predestinados. Tais as disposições com que empreendi meus estudos e neles prossegui sempre. Observar, comparar e julgar, essa a regra que constantemente segui.”

  1. Doutrina que dispensa a necessidade de um intermediário sendo acessível a todos:
“Não basta que uma idéia seja grande, bela e generosa, é preciso de tudo que seja praticável.”

  1. Doutrina aberta à aquisição de novas informações:
“A revelação fez-se assim parcialmente em diversos lugares e por uma multidão de intermediários e é dessa maneira que prossegue ainda, pois que nem tudo foi revelado.”

  1. Amor à Doutrina respeitando toda e qualquer outra crença:
“Quanto às rivalidades, às tentativas para nos suplantar, temos um meio infalível para não temê-las. Trabalhemos para compreender, para engrandecer a nossa inteligência e o nosso coração; lutemos com os outros, mas lutemos com a caridade e a abnegação. Que o amor ao próximo, inscrito sobre a nossa bandeira, seja a nossa divisa; a procura da verdade, de qualquer parte que venha, o nosso único objetivo!”.

“O fim do espiritismo é tornar melhores aqueles que o compreendem. Esforcemo-nos em dar o exemplo e em demonstrar que, para nós, a doutrina não é letra morta.
Em suma, sejamos dignos dos bons espíritos, se quisermos que os bons Espíritos nos assistam. O bem é uma couraça contra qual sempre se despedaçarão as armas da malevolência”. (Kardec).


Referências:
WANTUIL, Zeus; THIESEN, Francisco. Allan Kardec: Pesquisa bibliográfica e ensaios de interpretação. Vol. II. Rio de Janeiro: FEB, 1980.

KARDEC, Allan. Obras Póstumas. Rio de Janeiro: FEB.

domingo, 19 de março de 2017

REFLEXÕES SOBRE O PLANO ESPIRITUAL

(por Gabriel Valejo)

Por qual motivo há semelhanças entre o Planeta Terra e alguns locais existentes no Plano Maior? De que são feitas as casas, rios e praças nas colônias espirituais?
Essas duas perguntas foram feitas por um grande amigo há alguns anos.
Tentei trazer algumas reflexões a partir desses questionamentos.
Partimos da premissa, conforme resposta à primeira pergunta de O Livro dos Espíritos, que Deus é justo e bom, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.
A justiça divina está intimamente ligada à reencarnação, como nos esclarece Kardec ao comentar a pergunta nº 171 de O livro dos espíritos:
“A doutrina da reencarnação, isto é, a que consiste em admitir para o Espírito muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à idéia que formamos da justiça de Deus para com os homens que se acham em condição moral inferior; a única que pode explicar o futuro e firmar as nossas esperanças, pois que nos oferece os meios de resgatarmos os nossos erros por novas provações. A razão no-la indica e os Espíritos a ensinam”.
Os espíritos nos elucidam que a finalidade da reencarnação é o melhoramento progressivo da Humanidade, que reflete diretamente na própria evolução dos planetas, ao responderem a pergunta nº 167 de O Livro dos Espíritos:
167. Qual o fim objetivado com a reencarnação?
“Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde a justiça?”
Nesse contexto, identificamos que existem diversos mundos habitados, pois existem legiões de espíritos em diversos graus de evolução.
Na introdução da pergunta nº 100 de O Livro dos Espíritos é apresentada uma classificação dos diferentes graus de evolução dos espíritos. Como eles nos afirmam tal classificação não possui caráter absoluto, tem efeitos didáticos:
“A classificação dos Espíritos se baseia no grau de adiantamento deles, nas qualidades que já adquiriram e nas imperfeições de que ainda terão de despojar-se. Esta classificação, aliás, nada tem de absoluta. Apenas no seu conjunto cada categoria apresenta caráter definido. De um grau a outro a transição é insensível e, nos limites extremos, os matizes se apagam, como nos reinos da natureza, como nas cores do arco-íris, ou, também, como nos diferentes períodos da vida do homem”.
Pois bem, já identificamos que cada ser passa por várias existências e provavelmente por vários mundos de acordo com o progresso durante a sua caminhada evolutiva.
O planeta Terra está classificado hoje como um mundo de expiação e provas, na escala espiritual dos mundos, já tendo passado pelo patamar de “mundo primitivo”.
A classificação dos mundos encontra-se no Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo III, intitulado “Há muitas moradas na casa de meu pai”, conforme trecho a seguir:
“Do ensino dado pelos Espíritos, resulta que muito diferentes umas das outras são as condições dos mundos, quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridade dos seus habitantes. Entre eles há os em que estes últimos são ainda inferiores aos da Terra, física e moralmente; outros, da mesma categoria que o nosso; e outros que lhe são mais ou menos superiores a todos os respeitos”.
Nesse contexto, se em locais como a Terra há belezas tão estupendas, em regiões mais elevadas no plano espiritual tem de haver coisas muito mais belas e perfeitas.
Pode-se considerar, portanto, que quanto mais próximo ao nível evolutivo espiritual terrestre esteja determinada cidade ou colônia espiritual, mais parecida será com as nossas cidades materiais.

E a segunda pergunta: De que são feitas as árvores, água, casas e etc?                       
Fazendo uma reflexão breve, temos certeza de que todos esses elementos não são constituídos de matéria como conhecemos no plano material.
Supomos que trata-se de um outro nível de composição, de caráter fluídico ou talvez semelhante ao nosso perispírito. Ou seja, para os encarnados é algo fluido, mas para os desencarnados parece mais grosseiro.
Sobre o tema perispírito a pergunta nº 93 de O livro dos Espíritos esclarece:
93. O Espírito, propriamente dito, nenhuma cobertura tem, ou, como pretendem alguns, está sempre envolto numa substância qualquer?
“Envolve-o uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira.”
Sem dúvida um dois maiores divulgadores da realidade no plano espiritual é André Luiz, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, na série “A Vida no Mundo Espiritual”.
A autoridade moral de Chico Xavier aliada ao embasamento de Justiça Divina, Reencarnação, progresso da Humanidade e pluralidade dos mundos, nos faz acreditar na descrição desse companheiro maravilhoso.
Lembrando que o próprio Jesus disse que “meu reino não é deste mundo” (João 18:36) e que “há muitas moradas na casa de meu Pai” (João, 14:2). Será que o Reino ao qual se refere Jesus será menos belo e equilibrado que a Terra?
Acreditamos que não.
Fica então a dica de leitura da série de André Luiz, “A Vida no Mundo Espiritual”, não para saciar nossa curiosidade, mas para nos fazer refletir sobre a nossa conduta nessa encarnação e nossa relação com o plano maior.

Para saber mais:
http://www.febeditora.com.br/?titulo=serie-andre-luiz
 






sexta-feira, 17 de março de 2017

RESENHANDO - BOA NOVA

(Por Paula Carolina Banhoz)

Publicado pela FEB Editora, o livro Boa Nova traz ao leitor a descrição de diversas passagens de Jesus pela Terra com visões mais abrangentes. Os acontecimentos e passagens históricas ocorridos durante os anos em que Jesus esteve encarnado entre os homens, que fazem hoje parte da história da humanidade, foram descritos nos evangelhos de seu apostolado. Mas vale dizer, que ao longo da história foram feitas várias modificações na descrição desses acontecimentos de forma que a sua influência fosse favorável a este ou aquele que detinha o poder na época.

O livro de Humberto de Campos vem abrir os horizontes sobre os acontecimentos mais significativos daquela época, relatando com muito amor e detalhes, fatos que eram desconhecidos por muitos de nós. 

Um dos momentos cruciais do livro é a descrição do instante em que Judas Iscariotes decide mudar os planos cujo resultado é a crucificação de Jesus. Nessa passagem específica é possível entender que Judas errou tentando acertar. Ele amava seu mestre e queria que o Cristo tivesse lugar, porém, seus modos ainda materialistas acreditavam que sem o apoio político e em meio a tantas perseguições a missão do Nazareno seria quase impossível.


Posso dizer que é um livro emocionante, daqueles de aquecer o coração, cheio de detalhes sobre Jesus e da interação com seus discípulos e com outros personagens históricos. Para aqueles que querem conhecer mais o Evangelho é um ótimo livro de apoio para os estudos, porém, a forma como ele foi escrito também faz dele um ótimo livro para leitura inicial.

Pelo Espírito Irmão X – Humberto de Campos
Através do médium Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 15 de março de 2017

SÉRIE CHICO XAVIER - A PULGA DO LEÃO


O mundo das reencarnações não tem fim nem começo. Alguns espíritas insistem em descobrir quem teriam sido em séculos passados. Chico sempre tentou escapar das especulações com bom humor.
Uma vez, uma senhora chegou perto dele feliz da vida. Tinha feito uma descoberta.
- Fui mártir. Morri na arena devorada por um leão. E você Chico?
- Ah, eu fui a pulga do leão.
Ficava cansado daqueles tantos heróis à sua volta. De vez em quando, um amigo abria um sorriso e se apresentava a ele, orgulhoso, como um ex-Napoleão, um ex-rei, um ex-apóstolo. Ninguém enchia a boca para dizer: "Fui um perdedor". Todos tinham histórias edificantes para contar.
Chico ouvia as revelações grandiloquentes e, às vezes, não resistia a uma ironia:
- Eu, aqui, no meio destas cabeças coroadas, com a cabeça decepada.
Ficou feliz da vida quando um vizinho comunicou:
Lá em casa há mais uma criadinha às ordens. Nasceu uma menina e dizem que é o espírito de uma índia que reencarnou. Chico quase bateu palmas:
- Graças a Deus. Até que enfim nasceu uma índia.

 (SOUTO MAIOR, Marcel. As vidas de Chico Xavier. 2ª Ed. São Paulo: Planeta do Brasil, 2003. p. 80)


segunda-feira, 13 de março de 2017

SÉRIE ALLAN KARDEC - INIMIGOS DA DOUTRINA


Como toda obra que tem por objetivo o bem, o espiritismo também teve seus inimigos. Em 1860, mais uma vez, a espiritualidade se mostra ao lado de Kardec e o orienta com relação à dificuldade de sua missão: 


“Ela, porém, é perigosa e, para cumpri-la, são necessárias uma fé e uma vontade inabaláveis, assim como abnegação e coragem para afrontar as injúrias, os sarcasmos, as decepções e não se alterar com a lama que a inveja e a calúnia atirem. Nessa posição, o menos que pode acontecer a quem a ocupa é ser tratado de louco e de charlatão. Deixai que falem, deixai que pensem livremente: tudo, exceto a felicidade eterna, dura pouco. Tudo vos será levado em conta e ficai sabendo que, para ser-se feliz, é preciso que se haja contribuído para a felicidade dos pobres seres de que Deus povoou a vossa terra. Permaneça, pois, tranquila e serena a vossa consciência: é o precursor da felicidade celeste” ¹.



AUTO DE FÉ DE BARCELONA



Um dos atos mais veementes contra o espiritismo aconteceu em 09 de outubro de 1861 e ficou conhecido como o Auto de Fé de Barcelona. Tudo havia começado com o envio de livros da codificação, da Revue Spirite e de outras obras espíritas, num total de 300 volumes, para Barcelona a pedido de um amigo de Kardec, o Sr. Lachâtre. No entanto, apesar de estar totalmente legal, ao desembarcar a mercadoria em Barcelona, foi solicitado pelo bispo responsável pela “polícia de livraria” uma listagem das obras enviadas. O bispo ordenou a apreensão dos livros e marcou para o dia 09 de outubro a data em que deveriam ser queimados em praça pública. Lachâtre e Kardec poderiam ter submetido a questão à análise de autoridade superior, contudo, ao pedir a opinião de seu guia espiritual, teve a seguinte resposta: 


“Por direito, podes reclamá-las e conseguirias que te fossem restituídas, se te dirigisses ao Ministro de Estrangeiros da França. Mas, ao meu parecer, desse auto-de-fé resultará maior bem do que o que adviria da leitura de alguns volumes. A perda material nada é, a par da repercussão que semelhante fato produzirá em favor da Doutrina. Deves compreender quanto uma perseguição tão ridícula, quanto atrasada, poderá fazer a bem do progresso do Espiritismo na Espanha. A queima dos livros determinará uma grande expansão das ideias espíritas e uma procura febricitante das obras dessa doutrina. As ideias se disseminarão lá com maior rapidez e as obras serão procuradas com maior avidez, desde que as tenham queimado. Tudo vai bem”². 


Extrato da ata de execução: 


“Neste dia, nove de outubro de mil oitocentos e sessenta e um, às dez horas e meia da manhã, na esplanada da cidade de Barcelona, no local onde são executados os criminosos condenados ao derradeiro suplício e por ordem do bispo desta cidade, foram queimados trezentos volumes e brochuras sobre o Espiritismo, a saber: O Livro dos Espíritos, por Allan Kardec, etc.”³ 





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

¹ Obras Póstumas, p. 362
² Obras Póstumas, p. 365-366
³ Obras Póstumas, p. 366



domingo, 12 de março de 2017

GERAÇÃO 21: VOCÊ VAI SE APAIXONAR POR ESSA HISTÓRIA!

Se você acredita na força da superação, da vontade que direciona a ação e produz realizações incríveis em nossas vidas... Se você está buscando uma história de alguém real para se inspirar e se motivar... Ou se você simplesmente é um apaixonado pela vida e pelas oportunidades de crescimento que a espiritualidade nos dá... Então essa história é para você!
Geração 21 é a primeira web-série sobre jovens com síndrome de down. São 10 episódios, cada um contando uma história real de pessoas que driblam o preconceito e as dificuldades para conquistarem sua independência.
Neste primeiro episódio, vamos conhecer a história de Tathi, a primeira jovem com síndrome de down a escrever e protagonizar uma peça na Broadway!


TRILOGIA SOBRE O TRABALHO - PARTE 3: OS 40 ANOS DE MOISÉS NO DESERTO

“O fardo é proporcionado às forças, como a recompensa o será à resignação e à coragem. Mais opulenta será a recompensa, do que penosa a aflição. Cumpre, porém, merecê-la, e é para isso que a vida se apresenta cheia de tribulações”¹.
Moisés saiu do Egito com seu povo em uma fuga que entrou para a história por vários motivos. Um deles foi o fato de um único homem ter conseguido organizar e coordenar os esforços de cerca de 600 mil homens a pé² (sim, eu disse “homens”, portanto se adicionarmos aí as mulheres e as crianças, o número chegaria a mais de 2 milhões de pessoas). Outro ponto de relevância seria a travessia do Mar Vermelho, com a mágica abertura de suas águas para a passagem dos judeus. Mas, o que queremos chamar atenção em nosso artigo é para o fato de que, mesmo com uma distância tão curta (a península do Sinai tem por volta de 200 km de largura), os judeus tenham tido a necessidade de permanecer no deserto por 40 anos antes de entrar na Terra Prometida.
Como entender um espaço de tempo tão longo que fez com que toda uma geração tenha sido renovada antes de entrar em Canaã? Se foi Deus que indicou o caminho a Moisés e nunca deixou faltar nada ao povo judeu enquanto estiveram em peregrinação, por que Ele não autorizou a entrada do povo na Terra que lhes havia prometido? E vamos mais além, por que Moisés, que foi quem ficou responsável pela fuga e pelo povo ao longo de todo esse tempo, não teve o privilégio de pisar nas terras sagradas?

sábado, 11 de março de 2017

O QUE É A MEDIUNIDADE?

(Parte da entrevista concedida por Eliomar Borgo à REJG)


Acho que seria bom, a gente definir primeiro, o que é a mediunidade, porque por mais que se fale, as pessoas ainda têm dúvidas do que é. Depois de muito estudar esse assunto, eu cheguei à conclusão que mediunidade é um fenômeno da natureza. Kardec foi um cientista nessa hora. Ele descobriu uma lei da natureza igual você tem outras leis descobertas por outros cientistas no campo da matéria, só que a dele foi no campo espiritual. Eu gosto, às vezes, de estabelecer esse paralelo: Isaac Newton observando a queda de uma maçã deduziu uma lei da natureza, Lei da Gravidade, estudou profundamente isso, matematizou o fenômeno e isso fez com que a ciência nunca mais fosse a mesma. Kardec observou um fenômeno ao inverso. Em vez de algo caindo era algo subindo, era uma mesa levitando, né? Só que um fenômeno muito insólito respondendo perguntas e ele então, com muito critério, como era próprio dele, acabou descobrindo uma lei da Natureza. Então mediunidade é uma lei da natureza. A gente pode ou não aceitar isso, mas é uma lei da natureza. 

Quer dizer, Kardec descobriu que existem dois planos de vida: o plano material e aquilo que a gente chama de mundo espiritual (inadequadamente, segundo Kardec, por falta de um vocabulário mais adequado, porque também é mundo material, só que numa outra dimensão). E aí, esses dois mundos não estão separados como alguns querem e alguns religiosos desejam. Kardec descobriu que eles interagem um com o outro o tempo todo. Por isso que ele fala que a influência dos espíritos em nossas vidas - os espíritos responderam para ele – é mais do que a gente supõe por causa dessa conjugação. Então quer dizer, mediunidade é um fenômeno natural, todos nós temos uma possibilidade de sofrer essa influência num grau qualquer. Agora, algumas pessoas têm isso de forma mais acentuada. Isso é um fato. Não dá pra fugir disso. E Kardec, sempre orientado por critérios científicos, ele chegou a conclusão que o médium tem essa faculdade radicada no organismo e isso é muito importante porque têm pessoas que acham que a mediunidade é algo totalmente místico, que depende de desenvolvimento, no sentido espiritual. Não, isso é uma questão de direção que você dá. A mediunidade ela está radicada no organismo, o médium propriamente dito, que tem isso de forma mais ostensiva, ele tem uma aparelhagem nervosa adequada para fazer transe numa determinada área: pode ver, pode ouvir, pode psicografar, pode ser só intuição, pode ser inspiração...aí tem uma série de graduações, uma série de formas de manifestação, mas é fenômeno absolutamente natural.


sexta-feira, 10 de março de 2017

RESENHANDO - DEFICIENTE MENTAL, POR QUE FUI UM?

(Resenha escrita por Paula Carolina Banhoz)


Publicado em 1998 pela editora PETIT, o livro “Deficiente mental, por que fui um?”, traz através das narrativas de vários espíritos, com comentários do espírito Antônio Carlos, relatos sobre a experiência em um corpo material deficiente.
O livro todo é composto de relatos simples de espíritos que puderam experimentar a vida na Terra em um corpo físico deficiente. São narrados vários de tipos de deficiência desde deficiências físicas severas até leves deficiências intelectuais.
Os casos são bem particulares e sempre comentados pelo espírito Antônio Carlos que nos diz que nenhum caso é regra e que os espíritos são tratados cada um em sua individualidade e de acordo com suas obras.
Há histórias de belíssimos resgates através do amor e da resignação, tanto do espírito que estagia no corpo deficiente como dos envolvidos em seus cuidados.
As deficiências em si, são grandes ferramentas para o reequilíbrio mental e também para evolução espiritual. O livro ainda nos traz alguns relatos sobre como a nossa conduta e nossas escolhas podem nos guiar por caminhos tortuosos levando nosso períspirito a grandes deformidades e desequilíbrios.
Outro ponto muito importante demonstrado em cada história é a resignação de cada um dos envolvidos, de como a vida no amor em qualquer que seja nossa situação nos guia ao caminho da evolução.

Vale muito a pena ler, as histórias são belíssimas e os comentários de Antônio Carlos sempre muito edificantes e esclarecedores. Um livro de leitura prática e envolvente como todos psicografados pela Vera Lucia.  


Deficiente mental, por que fui um?
Pelo espírito Antônio Carlos com a colaboração de vários outros espíritos
Através da médium Vera Lucia Marinzeck de Carvalho


quarta-feira, 8 de março de 2017

SÉRIE CHICO XAVIER - A FORÇA DO PENSAMENTO


Numa das "tardes de folga" de Emmanuel, Chico escrevia um relatório na Fazenda Modelo quando, de repente, seu rosto ficou branco, quase transparente, e se contraiu.

O datilógrafo deixou escapar um gemido enquanto lançava a mão sobre o ombro.

Parecia infartado. O colega de repartição correu em busca de ajuda e, quando voltou, com um veterinário a tiracolo, encontrou a vítima já recuperada. Quis saber o que houve e escutou uma história mirabolante.

Há dias, dois espíritos ameaçavam matar o autor de Paulo e Estevão. Naquela tarde, eles apareceram de supetão. Um deles sacou um revólver e, sem dizer uma só palavra, apertou o gatilho. Ao ouvir o estampido, Chico saltou para o lado, mas não foi ágil o suficiente para impedir que a bala atingisse seu ombro de raspão. Ninguém viu nem ouviu nada e Chico ficou oito dias seguidos com o ombro dolorido.

De vez em quando, o espírita surpreendia os amigos mais íntimos com revelações espantosas. Numa noite, uma jovem aproximou-se dele no Centro Luiz Gonzaga e reclamou de uma dor de cabeça insuportável. Chico pediu para ela acompanhar a leitura do Evangelho. Foi tiro e queda. A moça ficou boa. A cura repentina recebeu uma explicação surpreendente. A tal mulher havia tido uma discussão violenta com o marido e quase foi agredida por ele com uma bofetada. O golpe foi evitado, mas o marido a atingiu "vibracionalmente", provocando uma concentração de fluidos negativos que invadiram seu aparelho auditivo, causando a enxaqueca. Logo que a reunião começou, Dr. Bezerra colocou a mão sobre a cabeça dela e Chico viu sair de dentro de seu ouvido um cordão fluídico escuro, negro, responsável pela dor.

(SOUTO MAIOR, Marcel. As vidas de Chico Xavier. 2ª Ed. São Paulo: Planeta do Brasil, 2003. p. 82-83)



terça-feira, 7 de março de 2017

PROMOÇÃO - LINHA DIRETA COM DEUS: ENTREGA DO PRÊMIO


Em fevereiro, a Revista Espírita Joseph Gleber convidou a todos para participar da promoção "Linha Direta com Deus". O sorteio foi no último dia 21 e a ganhadora foi a nossa queridíssima leitora Fernanda Intra.

E ontem, dia 06/03 foi o dia de entregar o prêmio à nossa ganhadora!

Obrigado, Fernanda! Ficamos muito felizes em poder lhe presentar com esse livro incrível!


E você? Quer ter essa sorte também!

Então, fique de olho que em breve teremos mais promoções aqui na REJG!

segunda-feira, 6 de março de 2017

SÉRIE ALLAN KARDEC - A DOUTRINA CRESCE


REVUE SPIRITE

A ideia de escrever uma revista espírita surge em 1857 e, assim como em todas as atividades feitas por Kardec, ele pede a orientação dos espíritos. A principal preocupação de Kardec relacionava-se com o tempo disponível que ele tinha para fazê-lo. Neste ponto, a espiritualidade o orienta a perseverar e a não abandonar nenhuma de suas atividades profissionais. Eles o orientam também quanto ao conteúdo da revista, enfatizando a importância de um primeiro número como fundamental para estabelecer seu espaço na sociedade, devendo reunir “o sério ao agradável: o sério para atrair os homens de ciência, o agradável para deleitar o vulgo”¹.

A primeira impressão da Revue Spirite sai em janeiro de 1858 sem ajuda nenhuma de quem quer que fosse. Depois disso, apesar do tempo escasso do codificador, nenhum número deixou de ser publicado.

A Sociedade Espírita de Paris foi fundada em 1º de abril do mesmo ano e segundo o próprio Kardec² por elementos heterogêneos de boa vontade, mas que eram aceitos de forma excessivamente fácil o que teria lhe causado alguns percalços.



SAÚDE DE KARDEC

Os trabalhos na seara do espiritismo aumentam e Kardec passa a ver sua saúde cada vez mais fragilizada. A espiritualidade, no entanto, sempre atenta e presente, orienta Kardec a diminuir o ritmo salientando que sua pressa não servirá ao espiritismo, mas sim somente à ruína de sua própria saúde. A quantidade de correspondência que recebia aumentava também a cada dia e, perfeccionista tal qual era, ansioso por não deixar a ninguém sem resposta, respondia a todas. Os espíritos também o orientam relativo a essas atividades secundárias que desempenhava e afirmam:

“Sei que a tua situação particular te impõe uma imensidade de trabalhos secundários que te consomem a maior parte do tempo. Os pedidos de toda espécie chovem sobre ti e tu te julgas no dever de atendê-los quanto possível. Farei aqui o que não ousarias fazer por ti próprio: dirigindo-me à generalidade dos espíritas, pedir-lhes-ei, no interesse mesmo do Espiritismo, que te evitem toda sobrecarga de trabalho, capaz de consumir instantes que deves consagrar quase exclusivamente à terminação da obra. Se a tua correspondência algo sofrer com isso, em compensação o ensino ganhará. Às vezes, necessário se torna sacrificar as satisfações individuais ao interesse geral. É uma medida urgente que todos os adeptos sinceros saberão compreender e aprovar”³ 

Aquiescendo a tal orientação, Kardec volta a focar na conclusão das obras explicando sua atitude em nota na Revue Spirite.


CODIFICAÇÃO ESPÍRITA

Após o Livro dos Espíritos, foram publicadas por Kardec as seguintes obras que formam hoje o conjunto da codificação espírita:

• O Livro dos Médiuns, 1861;

• O Evangelho segundo o Espiritismo, 1864;

• O Céu e o Inferno, 1865;

• A Gênese, 1868.

O livro Obras Póstumas foi lançado após o desencarne de Kardec e consiste na reunião de apontamentos feitos pelo próprio Kardec em sua caminhada na construção da doutrina e que nos mostra, do ponto de vista do próprio codificador, as dificuldades e as dúvidas que o acometeram ao longo de sua trajetória.





Referências:

¹ Obras Póstumas, p. 356
² Obras Póstumas, p. 359
³ Obras Póstumas, p. 386

domingo, 5 de março de 2017

TRILOGIA SOBRE O TRABALHO - PARTE 2: O TRABALHADOR DA ÚLTIMA HORA

(Por Alessandra Mayhé)

Nessa segunda parte da nossa conversa, vamos tentar entender melhor o que Jesus quis nos ensinar com a parábola do trabalhador da última hora e no que isso influencia nas nossas atitudes.


E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: ‘Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós’. Respondendo, porém, o outro, repreendia-o dizendo: ‘Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça porque recebemos o que os nossos feitos mereciam. Mas este nenhum mal fez’.
E disse a Jesus: ‘Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino’.
E disse-lhe Jesus: ‘Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso’. (Lucas, 23: 39-43)

Nos acostumamos tanto à ideia de que o reino dos céus é somente para os “santos”, e nos achamos tão distantes de conquistá-lo, que esquecemos que Jesus não o negou ao ladrão que estava sendo crucificado a seu lado, demonstrando com isso que o reino de Deus é para todos os filhos de boa vontade que estiverem realmente dispostos a conquistá-lo.