quarta-feira, 26 de abril de 2017

SÉRIE CHICO XAVIER: CHICO, O COMILÃO!


...o rapaz de Pedro Leopoldo ficava famoso e virava atração principal em sessões espíritas de outras cidades. Em 1936, enquanto Boris Karloff provocava calafrios no filme “O Morto Ambulante”, ele roubava a cena na Sociedade Metapsíquica de São Paulo. Na noite de 29 de março, colocou no papel uma mensagem assinada por Emmanuel, em inglês, e escrita de trás para a frente, em papel timbrado da entidade, previamente rubricado com duas assinaturas. A platéia só faltou aplaudir de pé e pedir bis. Após a exibição, foi convidado para um jantar na casa de uma socialite espírita.

A dona da casa tinha ímpetos de colocar o "embaixador" dos mortos numa de suas baixelas de prata. 

Diante dos talheres reluzentes e dos figurinos de gala, o rapaz enrubescia, engasgava. Nunca tinha visto tanta comida junta. Nem sabia por onde começar. Estava paralisado.

De repente, saltou em direção à porta da cozinha e arrancou das mãos de uma jovem uma travessa repleta de arroz. A anfitriã chegou a tempo de evitar o pior. O rapaz estava contrariado.

“A coitadinha é tão frágil. E nós aqui, à toa, vendo-a fazer tudo sozinha”.

Foi difícil convencer o matuto de que a coitada era empregada da casa e recebia um salário por aquele serviço. Só após certa disputa pela posse da bandeja, Chico se conformou e foi à mesa se servir.

A dona da casa fez questão de acompanhar o tour do pobrezinho em torno do bufê.

“Isto é gostoso, meu filho. Coma, coma, coma um pouco mais”.

Com medo de fazer desfeita, o coitado engolia a miscelânea de carnes, massas e saladas. Sempre que levava à boca os últimos vestígios de comida, escutava a voz estridente ao seu lado:

“- Coma um pouco mais. O que é isso? Tão pouco...”

O prato se esvaziava e logo se enchia de novo. Chico sorria, agradecia, afrouxava o cinto, desabotoava o colarinho, respirava fundo. Quando chegou a sobremesa, sentiu vontade de chorar. A anfitriã cobriu seu prato de doces. Ele comeu. Ao sair, amparado por amigos, escutou o comentário sussurrado pela dona da casa a uma amiga:

“Esse Chico é formidável, mas, puxa, como come...”

O aprendizado foi indigesto.

Chico engoliria muito sapo até aprender a dizer "não".

(SOUTO MAIOR, Marcel. As vidas de Chico Xavier. 2ª Ed. São Paulo: Planeta do Brasil, 2003. p. 67-68)


segunda-feira, 24 de abril de 2017

Seminário:Animismo, Contradições e Mistificações

O Seminário ''Animismo, Contradições e Mistificações'', com Helio Tinoco, será dia 30/4, domingo, das 9h às 12h, na Fraternidade Espírita Joseph Gleber. 

As inscrições estão abertas. Divulgue e participe!



sexta-feira, 21 de abril de 2017

RESENHANDO: O CENTRO ESPÍRITA


Em O Centro Espírita, publicado pela Editora Paideia, Herculano Pires nos traz o que eu ousaria chamar de “declaração de amor” ao centro espírita. Ele inicia seu livro chamando-nos a atenção para a nossa capacidade de tornarmo-nos anjos, a partir de uma decisão individual e intransferível do próprio indivíduo. Ele, no entanto, nos alerta para o fato de que “estar em condições” e dar esse passo em direção à divindade são duas coisas diferentes. Ele salienta que este passo dependerá da vontade real e profunda e da compreensão doutrinária do indivíduo.

Feitas essas considerações, Herculano nos leva a pensar sobre a importância e significação do centro espírita denominando-o como um ponto de convergência, um espelho côncavo no qual todas as atividades doutrinárias se refletem e se unem, projetando-se juntas nos distintos planos da vida espírita ou não espírita. Traduzindo de forma simples essa interpretação do autor, poderíamos dizer que o centro espírita é o caldeirão no qual todas as atividades se reúnem na produção de um produto final que será servido a toda a sociedade.

Para entendermos melhor essa ideia, o autor cita algumas das atividades fundamentais do centro espírita, que, segundo ele, tem a função primordial de ser um centro de serviço ao próximo, nos dois planos de vida.

Herculano cita a assistência social como um trabalho de desenvolvimento da nossa própria mentalidade no que ele chama de “mundo egoísta” em que vivemos. Dessa forma, o centro transformaria ideias fraternas em correntes de energia ativa.

O autor também levanta um questionamento feito por muitos sobre a necessidade das manifestações de espíritos e consequente auxílio da casa espírita para esses irmãos necessitados. Ele alega que aqueles que argumentam contrariamente ao esclarecimento dos espíritos desencarnados, esquecem-se de que toda atividade esclarecedora vale mais pela sua possibilidade de propagação, ou seja, o autor entende que a dinâmica da comunicação é que torna o serviço eficaz e ainda nos lembra da própria tarefa de Jesus que, ao esclarecer alguns, mudou a face do mundo. Dessa forma, como seria impossível cuidar de todos os espíritos necessitados, cuidamos dos que estão mais ligados a nós e damos início a um mecanismo de propagação das verdades espirituais e auxílio a quem necessita.

Herculano cita também o autor francês Gustavo Geley, que teria afirmado que o ambiente mediúnico é favorável às relações dos espíritos com os encarnados devido à emanação de ectoplasma o que daria aos espíritos mais apegados à matéria uma sensação de segurança maior por sentirem-se como quando estavam encarnados.

O autor coloca o trabalho da desobsessão como um “dever constante dos médiuns esclarecidos e dedicados ao bem do próximo” e afirma que a comunicação dos benfeitores somente são dadas quando preciso e a partir do nosso merecimento após termos cuidado com “atenção e abnegação” dos espíritos sofredores.

De todos os serviços citados por Herculano o que mais ele considera urgente seria o de instrução doutrinária, não somente para os neófitos, mas também para os mais antigos adeptos da doutrina, salientando que, se bem executada esta tarefa, todas as demais serão feitas com maior facilidade. E afirma: “Sem estudo constante da Doutrina não se faz Espiritismo, cria-se apenas uma rotina de trabalhos práticos que dão a ilusão de eficiência”.

Dessa forma, Herculano nos apresenta o centro espírita como o local mais favorável para o nosso exercício diário na lide espírita, com todas as atividades necessárias para o nosso burilamento. Ele entende que, a medida que o ser humano sabe o que quer e por que quer, ele passa a procurar formas de superar-se tentando descobrir “como” continuar o seu caminho de evolução. E é neste momento, que o indivíduo se integraria ao centro espírita, “não como um serviçal, mas como o próprio serviço”.

Caso o leitor tenha interesse na obra, poderá acessá-la CLICANDO AQUI.


quarta-feira, 19 de abril de 2017

SÉRIE CHICO XAVIER: CHICO E O CASAMENTO


Naquele tempo, Chico já tinha colocado uma frase atribuída a Emmanuel na cabeça:

- De que vale o perfume preso em um frasco?

Ou seja: de que valeria Chico Xavier preso a uma mulher? Ele deveria se dedicar a multidões. Devia estar à disposição de todos. Sua família era a humanidade.

Companheiros dele, bem casados, exigiam sua dedicação absoluta. Em 1940, nada menos que 500 mil pessoas se declararam "espíritas" no censo demográfico. Muitas delas foram convertidas graças ao moço de Pedro Leopoldo. Sua responsabilidade era cada vez maior.

Chico sentia o peso. Queria atalhos ou, pelo menos, uma estrada menos acidentada, menos estreita. Emmanuel apareceu com nova lição:

- A estrada larga, pavimentada é mais suscetível a desastres, porque nela a velocidade é ameaçadora. A estrada estreita, entulhada, nos faz caminhar com mais cuidado.

(SOUTO MAIOR, Marcel. As vidas de Chico Xavier. 2ª Ed. São Paulo: Planeta do Brasil, 2003. p. 90)

terça-feira, 18 de abril de 2017

Israel: da luz à escuridão

Sexta-feira (14) foi um dia especial para muitas pessoas, independente de religião e, a palestra da Fejog tratou do tema “Israel: da luz à escuridão”, apresentada pela companheira Alessandra Mahyé que explicou sobre o significado da páscoa e deu uma aula de história que se inicia muito antes da vinda de Cristo.

Um povo escravizado por 400 anos e liberto, foi conduzido por Móises para encontrar a terra prometida. Mais 40 anos no deserto, para entendimento do que é a liberdade,                          a compreensão de si mesmo como um povo de fé e unificado e que Deus é único, até chegarem, finalmente, à Canaã.  A palestrante, através da história nos mostra ainda que as provações continuaram por muitos anos e não se tratava de liberdade através de guerras. “Eles buscavam por um líder que os libertassem, queriam vingança e guerra, mas Jesus veio com a mensagem de perdão”, completa Alessandra.

“O Espiritismo não celebra a Páscoa, mas respeita as manifestações de religiosidade das diversas igrejas cristãs, e também não proíbe que seus adeptos manifestem sua religiosidade. Páscoa simboliza a libertação do povo hebreu da escravidão sofrida durante séculos no Egito, mas no Cristianismo comemora a ressurreição do Cristo, que se deu na Páscoa judaica do ano 33 da nossa era, e celebra a continuidade da vida” (Caminhos Luz).

Por 50 minutos, as pessoas puderam relembrar ou confirmar o significado da páscoa, entre outras coisas, renascimento. É preciso renascer todos os dias através do perdão, do amor e da resiliência perante as dificuldades.
  

(Por Stéphane Figueiredo)



 



domingo, 16 de abril de 2017

PÁSCOA: A LIBERTAÇÃO!

(Por Gabriel Valejo)

Você já parou para pensar o que é a Páscoa e o que ela simboliza?

E sobre o significado da Páscoa para os Espíritas?

Vamos pensar juntos sobre essas perguntas e fazer um “voo panorâmico” sobre o assunto.

Há certo consenso de que a Páscoa para os judeus é uma festa que celebra dois momentos importantes: a libertação da escravidão dos egípcios (Êxodo, 12, 13 e 14) e a vida em liberdade, que tem sua culminância com o recebimento dos Dez Mandamentos (Êxodo 20: 1 a 21).

Por outro lado, a Páscoa Católica se refere à ressureição de Jesus [1] após sua morte na cruz (Mateus, 28: 1-20).

sábado, 15 de abril de 2017

Crianças aprendem sobre o espiritismo através de coluna infantil

A Coluna Josephinho traz todo mês uma história diferente e criativa para atrair a atenção dos pequenos. Além da mensagem na Revista Joseph Gleber, a coluna conta com um canal no Youtube onde a história toma vida e encanta crianças de várias idades. 

Nossas primeiras colaboradoras mirins são a Amanda, que no mês de março contou a história de um menino muito especial chamado Dudu, e a Manuela que falou um pouco sobre a páscoa, nesta edição de abril. 

Pela foto você deve estar pensando que a conversa foi só sobre chocolate, mas na verdade a Tia Juliana Santos e a Manu contaram a história do renascimento de Jesus Cristo. Venha se divertir e aprender: https://youtu.be/SSHEgOcbdzU




















(Por Stéphane Figueiredo)

terça-feira, 11 de abril de 2017

Desapego

Você já sabe que todas as sextas-feiras, tem palestra pública na Fejog e na última sexta, dia 24, tivemos o prazer de ouvir o companheiro Maximiliano Neubaer falar um pouco sobre Desapego. De forma descontraída e direta Max conversou um pouco sobre a importância de não ter apegos, principalmente, materiais.

Como diz Chico Xavier: “Desapego.
Soltar. Entregar. Deixar ir. 
Deixar partir. Fluir.
Viver no presente. Sem o peso do passado.
Sem expectativas para o futuro.
Saber de nossa finitude.
Saber que somos passageiros.
Sem posses. Sem medo. Sem culpas.”

Sexta-feira que vem tem mais aprendizado.
Marque na sua agenda: palestra pública na Fejog, às sextas-feiras, 20h. 







segunda-feira, 10 de abril de 2017

SÉRIE CHICO XAVIER - LAVANDO PRIVADA



Emmanuel era implacável. Numa noite, ou melhor, já à 1h da madrugada, Chico voltava exausto de mais uma sessão no Centro Luiz Gonzaga quando abriu aporta de casa e deu de cara com uma cena nada agradável. Os dois gatos tinham sofrido uma indigestão. A sala parecia um chiqueiro. O mau cheiro estava insuportável. Chico sacudiu os ombros. Pediria a uma das irmãs que fizesse a limpeza na manhã seguinte.

Quando estava a caminho do quarto, escutou a voz do guia:

- Você, que vem de uma reunião espírita, está fugindo da sua obrigação? Está exigindo que uma pobre menina, cansada de trabalhar nas panelas e no tanque para que não lhe falte comida nem roupa lavada, limpe esta sujeira? Você vai pegar um pano, vai trazer água, sabão e vamos lavar.

Chico acatou. Só ele lavou. Emmanuel, de braços cruzados, se limitou a "passar sabão" no coitado:

- No espiritismo, a pessoa tem que começar estudando nos grandes livros e também lavando as privadas, trabalhando, ajudando os que estão com fome, lavando as feridas de nossos irmãos. Se não tivermos coragem de ajudar na limpeza de um banheiro, de uma privada, nós estaremos estudando os grandes livros da nossa doutrina em vão.

Durante toda a sua vida, ele conservaria o hábito de varrer seu próprio quarto e limpar seu banheiro.

De vez em quando, Chico desanimava. Numa tarde, ele voltava da Fazenda Modelo, a pé e cabisbaixo, rumo a sua casa. Imaginava quando toda aquela trabalheira, cercada de desconfiança, iria terminar. Emmanuel apareceu com mais uma lição. Apontou um lavrador, que capinava, e usou uma metáfora:

- Reparou? A enxada, guiada pelo cultivador, apenas procura servir. Não pergunta se o terreno é seco ou pantanoso, se vai tocar o lodo ou ferir-se entre as pedras. Nós somos a enxada na mão de Jesus. E a enxada que foge ao trabalho cai na tragédia da ferrugem.

(SOUTO MAIOR, Marcel. As vidas de Chico Xavier. 2ª Ed. São Paulo: Planeta do Brasil, 2003. p. 86-87)

sexta-feira, 7 de abril de 2017

RESENHANDO - ATENÇÃO

(Por Paula Carolina Banhoz)


Pelo Espírito Emmanuel
Através do médium Francisco Cândido Xavier

O mal é a ausência do bem. Muitas vezes erramos tentando acertar. Algumas decisões que tomamos por impulso são causas de marcas profundas no nosso espírito, marcas que alguns momentos de calma e reflexão poderiam nos guiar por diferentes caminhos.

Nas palavras de Emmanuel o livro Atenção, publicado em 1986 pela Editora IDE, traz mensagens simples e diretas, sobre fraternidade e entendimento, rogando que nós tenhamos atenção nas nossas decisões, atenção nas nossas escolhas, atenção no momento de agir e atenção principalmente ao nosso pensamento. Nós temos uma vaga ideia do poder do pensamento, tão vaga que não conseguimos dispensar ainda a importância que ele tem em nossa construção moral.

Através das páginas de Atenção, Emmanuel nos convida a uma reflexão mais profunda sobre tolerância, fraternidade e caridade.

No capítulo Compreensão e Vida, Emmanuel começa dizendo “pesquisemos os próprios sentimentos e verificaremos quão difícil se nos faz renovação íntima” e continua discorrendo sobre a importância da tolerância e da empatia, falando ainda sobre como as imperfeições alheias são também as nossas imperfeições, de como as agonias do outro podem um dia ser a nossa agonia.


São mensagens maravilhosas que nos guiam a uma reflexão sobre nossa própria intimidade, é um ótimo livro para leitura inicial de qualquer trabalho e também para se ter na cabeceira. O livro Atenção é uma fonte inesgotável de aprendizado, recomendamos a sua leitura e mais do que isso a reflexão que ele nos traz. 

quinta-feira, 6 de abril de 2017

REVISTA ESPÍRITA JOSEPH GLEBER - EDIÇÃO 04 - ABRIL/2017



ANO 01 - EDIÇÃO 04 - ABRIL/2017

Ver online: Clique aqui!







É com muito carinho que nossa equipe traz para vocês a quarta edição de nossa revista.

Neste mês de abril, nossa equipe preparou artigos especiais para você e ótimas reflexões sobre temas atuais, como o que nossa amiga Paula Carolina nos traz no artigo Vegetarianismo e Espiritismo.

Como a Doutrina Espírita vê a questão do vegetarianismo? Afinal, devemos ou não ingerir carnes de outros animais? Neste artigo, vamos entender um pouco mais sobre este assunto.

No artigo Israel: da luz à escuridão, Alessandra Mayhé nos conta um pouco da trajetória deste povo que teve o privilégio de ter em seu meio o próprio Jesus Cristo.

Mas, como entender que o local onde o Cristo nasceu e peregrinou seja disputa constante entre várias nações e que o povo dessa terra tenha sido tão fortemente perseguido, massacrado e humilhado ao longo da história?

E quando o assunto é Páscoa, a criançada não podia ficar fora! Nossa repórter mirim Manuela, e a tia Juliana nos contam A Verdadeira História da Páscoa, em meio a muito chocolate!

Finalizando nossa incrível série de entrevistas, vamos entender também um pouco mais sobre diálogo com os Espíritos e conversar sobre o Movimento Espírita da atualidade com Eliomar Borgo e Graça Cypriano, da Sociedade Praiana de Estudos Espíritas.

Temos ainda as colunas Iluminando Horizontes nos trazendo uma belíssima reflexão sobre confiança em Deus; Aprendendo com Joseph Gleber que vai falar sobre o diálogo com os Espíritos, Um minuto com Joanna de Ângelis com o tema adultério, e muito mais!

Está esperando o que? Acesse já e compartilhe essa doutrina de amor!

sábado, 1 de abril de 2017



O Diálogo com os Espíritos

O papel da doutrina espírita é muito mais amplo do que aquilo que se pretende ao tentar transformar o espírito em espírita, desencarnado ou encarnado. O papel do orientador ou terapeuta espiritual é fazer com que as partes em conflito sejam encaminhadas ao autodescobrimento, possam se encontrar como realmente são e, por si mesmas, descubram o melhor caminho para a felicidade; é ampliar-lhes as consciências perante as leis do Mundo Maior, que o espiritismo muito bem explica, sem a pretensão de fazer prosélitos em qualquer lado da vida em que se encontre o espírito.

Compete ao orientador encarnado a tarefa da reeducação das consciências que são tratadas, e não a catequização ou conversão a seu modo de pensar, tampouco a espiritização da entidade obsessora. Cada espírito assume o caminho que escolher após ser esclarecido. É bom que se evite, no contato com essas mentes enfermas, o falso oralismo e o religiosismo — características tão presentes em muitos de meus irmãos, bem intencionados — mas que servem apenas para se estratificar, nas mentes desequilibradas, seu passado já tão cheio de crendices e superstições ou de promessas religiosas não cumpridas.

Os orientadores das reuniões especializadas, tanto de um quanto de outro lado da vida, devem ter consciência da grandeza dos postulados espíritas e conhecer-lhes o conteúdo doutrinário, sem mistificações nem tabus, para que sejam realmente instrumentos das entidades venerandas, no auxílio aos que sofrem nas duas dimensões da vida.

De posse do conhecimento espírita, desenvolvendo-se o bom senso, o espírito de análise e de observação, o uso da razão temperada com o sentimento sem pieguismo, se terá a forma ideal de terapia espiritual no trato com irmãos equivocados. Espiritismo é fonte sublime de equilíbrio para o autodescobrimento, que desperta a felicidade do espírito.

Referência: Medicina da Alma, capítulo 13 - p. 208-212, Pelo Espírito Joseph Gleber com, psicografia de Robson Pinheiro

Revista Joseph Gleber - Ano 1 - Edição 4 -  Abril 2017

Confia!

Confia!
Tudo vai dar certo!
Confia!
Tudo já deu certo!
No plano divino tudo acontece
num ritmo perfeito, visando
sempre o seu próprio bem!


Confia!
Deus nunca se adianta!
Confia!
Deus nunca se atrasa!

Clique no link e ouça: https://youtu.be/OyOiaLvBy78

Revista Joseph Gleber - Ano 1 - Edição 4 -  Abril 2017

Vegetarianismo e Espiritismo

Esse artigo tem como objetivo levar ao conhecimento qual é o posicionamento do espiritismo em relação ao vegetarianismo. Antes de entrarmos no objetivo central, vale percorrer alguns pontos sobre o que vem a ser a dieta baseada no vegetarianismo.

O vegetarianismo é uma dieta na qual não há o consumo de nenhum alimento cuja fabricação ou produção consiste em tirar a vida de um animal. O regime vegetariano não é, pois, exclusivamente vegetal e seu nome não se origina de alimentação vegetal e, sim, do latim vegetus que significa "forte", "vigoroso", "saudável".  Existem várias ramificações da Dieta Vegetariana, são elas:

Ovo-lacto-vegetariano: adeptos dessa dieta não consomem nenhum tipo de carne de outros animais, mas podem consumir ovos, leite e seus derivados, como queijo, iogurte, etc. Esta é uma das formas mais "populares" de vegetarianismo.

Lacto-vegetariano: adeptos dessa dieta não consomem nenhum tipo de carne de outros animais, mas incluem leite e seus derivados na dieta.

Vegano: os adeptos ao regime vegano excluem de sua alimentação todos os produtos de origem animal.  Além de carnes, peixes, aves e laticínios, excluem ainda ovos, mel, gelatina. Os veganos também evitam o uso de couro, lã, seda e de outros produtos menos óbvios de origem animal, como óleos e secreções presentes em sabonetes, xampus, cosméticos, detergentes, perfumes, filmes, etc. O veganismo é mais um estilo de vida do que apenas uma opção alimentar. Esta opção é seguida como um princípio, pois é quase impossível ser 100% vegano, pois nesse caso o vegano não poderia ir ao cinema (porque a película do filme contém gelatina), não poderia andar de carro ou de ônibus, porque os pneus contêm produtos de origem animal e muitas vezes os bancos são de couro.

Vegetariano estrito: originalmente o mesmo que vegano.

Crudívoro: os adeptos a dieta crudívora admitem apenas a ingestão de alimentos crus, excluindo também a carne de outros animais.

Frugívoro (ou frutívoro ou frutariano): os adeptos a essa dieta admitem apenas o consumo de frutas na alimentação excluindo também a carne de outros animais.

Independente das suas diversas ramificações, a dieta vegetariana tem como objetivo a preservação dos animais e do meio ambiente, ela visa à harmonização do homem com a natureza, mostrando que a alimentação pode ser rica sem a utilização de sacrifício de outras espécies e que é possível um convívio harmônico com os animais, livre de crueldade e brutalidade. Ela busca o equilíbrio da cadeia alimentar sem o prejuízo das vidas dos animais. Não está ligada a nenhuma seita ou religião, é uma dieta e também um estilo de vida. Existem adeptos dessa dieta entre várias religiões e até mesmo fora delas.

O espiritismo é uma doutrina baseada nos ensinamentos do Cristo, onde a Lei do Amor e da Caridade norteiam o nosso espírito a uma elevação moral e espiritual. Dentro desses pilares existem diversas orientações para que tenhamos uma vida equilibrada, com aproveitamento máximo do nosso período como encarnados, visando sempre superação dos nossos defeitos e imperfeições. Uma alimentação diferenciada pode cooperar para o alcance desse objetivo.

Entre as orientações para uma vida equilibrada, encontram-se no Livro do Espíritos, Capítulo V, entre as questões 720 e 724, que trata da Lei de Conservação, questões feitas ao Espírito Verdade sobre a legitimidade do consumo de carne de outros animais na nossa alimentação, a resposta vem a seguir 

“Dada a vossa constituição física, a carne alimenta a carne, do contrário o homem perece. A lei de conservação lhe prescreve, como um dever, que mantenha suas forças e sua saúde, para cumprir a lei do trabalho. Ele, pois, tem que se alimentar conforme o reclame a sua organização” (Questão 723 do L. E.).

Com base nessa resposta, entende-se por legitimado o consumo de carne de outros. No entanto, a própria Doutrina Espírita, por sua natureza evolucionista, nos incentiva a reflexão e ao constante questionamento das coisas.   A expressão “a carne alimenta a carne” pode ser compreendida no sentido amplo, de que, pelo fato de estarmos ligados a um corpo material, precisamos de alimentos materiais para nutri-lo. Não necessariamente a carne de outros animais. Miramez em seu comentário ao Livro dos Espíritos vai um pouco além e leva-nos a uma reflexão sobre essa questão:
”Cabe ao homem, por lei, respeitar as exigências do próprio organismo, desde quando não entre no excesso, por já passar ao desperdício. Não se pode generalizar certos regimes; eles devem ficar à solta para as consciências escolherem se devem segui-lo... O alimento animal, com o progresso, deverá ceder lugar à alimentação vegetariana... Enquanto se precisa da carne, usando-a com equilíbrio, o "não matarás" vai se elevando no entendimento da sociedade, pelas asas do progresso. A imposição é contrária à lei de amor. Isso somente é permitido entre as raças primitivas, onde os encarnados são como crianças que devem ser orientadas e dirigidas, sem que o livre-arbítrio possa se manifestar com mais amplitude. Se a organização fisiológica de alguém requer carne animal e este pode enfraquecer se não a comer ele não deve deixá-la; mas, se o organismo já rejeita a alimentação animal, para que usá-la? Tudo no mundo está certo, somente o que não é certo é usarmos o que não nos convém, por tais ou quais circunstâncias”.

A Doutrina Espírita foi codificada em 1857, com a publicação da primeira edição do Livro dos Espíritos, desde essa época já ocorreram, e ainda ocorrem, diversos avanços científicos na área da nutrição humana e já temos conhecimento de que é possível ter uma vida perfeitamente saudável sem o consumo de carne. Esses dados são de conhecimento público e estão disponíveis nas mais variadas fontes.
O espiritismo não condena e nem proíbe o consumo da carne de outros animais, mas nos chama à reflexão e ao raciocínio. Em diversas passagens do evangelho de Jesus somos alertados sobre os excessos de todas as naturezas, somos chamados à responsabilidade das nossas escolhas e a alimentação é uma delas.

A dieta alimentar é uma questão muito particular de cada indivíduo, algumas pessoas não podem se abster do consumo de carne por razões biológicas e de saúde, já outras nascem sem gosto para uma alimentação carnívora e esta não lhes faz falta, enquanto outras fazem a abstenção apenas por fazer, seguindo um gosto pessoal e sem nenhuma razão filosófica. Não existem padrões e nem regras, o que existe é o exercício do livre arbítrio, onde o homem escolhe o que vai consumir e como vai consumir.   
Na questão 722 do Livro dos Espíritos, Kardec questiona o Espírito Verdade sobre a abstenção de alguns alimentos e a resposta é direta: “é permitido ao homem alimentar-se de tudo o que lhe não prejudique a saúde. Alguns legisladores, porém, com um fim útil, entenderam de interdizer o uso de certos alimentos e, para maior autoridade imprimirem às suas leis, apresentaram-nas como emanadas de Deus”.

Miramez tece uma explanação muito completa sobre essa resposta “Muitos legisladores formaram certos preceitos, um dos quais é a abstenção de certos alimentos, deduzindo que quem deles se alimentasse passava a ter a mesma natureza do ingerido, assim como certos povos primitivos acreditavam que, devorando seu irmão guerreiro, herdavam a sua bravura. O tempo passa, e está passando a época de abstenção das coisas externas, vindo o homem a se fazer de esquecido do mundo interno, cheio de hábitos e vícios contrários às leis de Deus”, e ainda complementa “O homem pode alimentar-se de tudo que não o prejudique... A abstenção que devemos fazer é do ódio, da inveja, do ciúme, da prepotência, do orgulho e do egoísmo. Comer isso ou aquilo, ou deixar de comer, não ilumina nem atrasa ninguém, desde quando se use de discernimento. Somente o equilíbrio faz nascer a tranquilidade na cidade da alma”.

Nesse sentido, compreendemos que abster-se do consumo de carne de outros animais não nos torna mais evoluídos e nem mais ou menos iluminados, a transformação moral é e sempre será o caminho para a iluminação.
O homem, através da análise e profunda reflexão, se abstém do consumo de carne por entender que os animais são nossos irmãos, são espíritos e, por isso, evoluem.  O indivíduo que também compreende o prejuízo é causado à natureza pela poluição produzida pelas indústrias agropecuárias, está de fato caminhando para uma consciência mais evoluída, na qual enxerga todos os seres com amor, pensa na coletividade e pratica a caridade com o ato de se abster.

No Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo V, item 26, Instruções dos Espíritos, que trata das provas voluntárias, um anjo guardião elucida a questão do sacrifício voluntário: “Disse Jesus, ‘bem-aventurados os aflitos’, haverá mérito em procurar, alguém, aflições que lhe agravem as provas, por meio de sofrimentos voluntários? A isso responderei muito positivamente: sim, há grande mérito quando os sofrimentos e as privações objetivam o bem do próximo, porquanto é a caridade pelo sacrifício; não, quando os sofrimentos e as privações somente objetivam o bem daquele que a si mesmo as inflige, porque aí só há egoísmo por fanatismo”.
Podemos estender esse ensinamento e considerar o mérito da escolha consciente de uma alimentação, cujo objetivo é de preservar a vida dos animais e para colaborar com a preservação da natureza harmonizando-se com as leis divinas.  A opção de cada indivíduo por esta ou aquela alimentação se dará de acordo com o despertamento espiritual de cada um, de acordo com seu grau evolutivo. Portanto, não é preciso forçar nada.
Outro aspecto interessante sobre o consumo de carne é revelado em obras como “Missionários da Luz” de André Luiz e “O Consolador” de Emmanuel, ambas ditadas ao médium Francisco Cândido Xavier, onde é recomendado a redução ou abstenção do consumo de carne pelos médiuns nos dias de reunião mediúnica. Essa orientação é feita porque a carne é composta de proteínas de difícil digestão pelo nosso organismo e a energia dispensada para digestão seria um desfalque para a energia que precisa ser empregada para uma boa prática mediúnica. A mesma orientação é dada aos passistas que trabalham dispensando energias em favor dos necessitados. Mas é válido frisar que é uma recomendação, e pode ou não ser seguida, de acordo com a vontade de cada um, assim como explica o médium e estudioso da doutrina Raul Teixeira:
É mais compreensível, e me parece mais lógico, que a pessoa coma no almoço o seu bife, se for o caso, ou tome seu cafezinho pela manhã, do que passar todo o dia atormentada pela vontade desses alimentos, sem conseguir retirar da cabeça o seu uso, deixando de concentrar-se na tarefa, em razão da ansiedade para chegar em casa, após a reunião, e comer ou beber aquilo de que tem vontade”.

Ora, se o objetivo da prática mediúnica é a nossa evolução moral e temos conhecimento de que para uma boa prática podemos seguir determinadas instruções, por que não as seguir? Se podemos colaborar para um trabalho mais equilibrado, por que não o fazer? 
Várias obras de Emmanuel e de André Luiz também trazem ao nosso conhecimento a capacidade material que o homem já tem de não consumir a carne, porém, é preciso lembrar que nem sempre o espírito acompanhará a matéria, e que muitas vezes as mazelas que precisamos superar são muito maiores do que a de consumir carne. Precisamos evoluir muito em muitos aspectos, a alimentação é um deles, mas torna-se secundária no momento em que não conseguimos olhar para nós mesmos com o amor que o Cristo nos ensinou. 

Com o decorrer do tempo a humanidade caminhará para uma consciência de coletividade. Os habitantes do Planeta Terra dos dias de hoje já buscam meios para viver em harmonia com o planeta, reparando danos causados ao ecossistema, cessando determinadas atitudes extremamente prejudiciais à natureza e interagindo com mais consciência com o meio ambiente. Estamos longe de consertar tudo por sermos ainda espíritos imperfeitos em fase de provas e expiações. Mas consequentemente o progresso moral levará a humanidade ao Mundo de Regeneração, onde escolhas como a dieta vegetariana, onde não precisaremos tirar a vida de outro ser para nos alimentarmos, serão comuns.
O espiritismo é uma religião que caminha lado a lado com a ciência e a filosofia, não existem dogmas, todas as instruções são claras, têm fundamento nos ensinamentos do Cristo e intuito do aprimoramento espiritual. É necessário se modificar sempre! Não só a dieta que escolhemos como alimento para matéria. É preciso modificar a alma. As escolhas conscientes feitas com amor e fazendo bom uso do nosso livre arbítrio nos levarão ao caminho do Mestre. Não existem atalhos para o reino de Deus. Precisamos primeiro nos libertar das amarras do egoísmo, do orgulho, da falta de amor e da maldade, com esforço e resignação. Lembremo-nos sempre do ensinamento de nosso Mestre Jesus “Não é o que entra pela boca o que faz imundo o homem, mas o que sai da boca, isso é o que faz imundo o homem”.

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***Nota-se que durante o texto é utilizada a expressão “carne de outros animais”, essa foi feita propositalmente para nos levar à reflexão de que nós homens também somos animais e que devemos gradativamente entender essa relação considerando-nos mutuamente filhos de Deus, habitantes do mesmo planeta e irmãos na jornada evolutiva. Leia mais sobre isso no artigo “A espiritualidade e os animais” na nossa edição de fevereiro/17.

(Por Paula Carolina Banhoz)

Fontes de pesquisa
Livro dos Espíritos
Livro dos Espíritos comentado por Miramez
Evangelho Segundo Espiritismo
Revista “O Mensageiro”, entrevista com Raul Teixeira.

Clique no link: https://www.youtube.com/watch?v=fYFHNgB3_Vs&feature=youtu.be

Revista Joseph Gleber - Ano 1 - Edição 4 -  Abril 2017



A Páscoa

Olá amiguinhos!
A Coluna do Josephinho vem hoje falar de um tema que nós crianças adoramos: a Páscoa! Este ano ela vai ser comemorada no dia 16 de abril. Deixa eu adivinhar... você já deve estar pensando no coelhinho, nos ovos de páscoa...

Hummm...chocolate!!! É difícil resistir, não é mesmo?!? Mas espera...você sabe qual é o verdadeiro
significado da páscoa? Você sabia que ela tem a ver com a história de Jesus?? Pois é, muitas vezes ficamos mais interessados nos brinquedos e no chocolate, sendo que na verdade o mais importante é a mensagem que a Páscoa vem nos trazer.

A nossa repórter mirim Manuela, vai nos ajudar a contar a história da páscoa. Você pode ouvir clicando no ícone do bonequinho. E quem sabe, depois de ouvir a história, você também possa ajudar outras crianças a entender o seu significado.

Vamos lá, conte para seus amigos!!!

(Por Juliana Santos)

Vamos conhecer a história da Páscoa? Clique no  e assista a historinha contada pela nossa repórter Manu: https://www.youtube.com/watch?v=SSHEgOcbdzU&feature=youtu.bev


Revista Joseph Gleber - Ano 1 - Edição 4 -  Abril 2017


Adultério

“Infelizmente, o ser humano atual renasce num contexto cultural imediatista, utilitarista, em que os valores reais são postos em plano secundário e é-lhe exigida a conquista daqueles que são de efêmera duração, porque pertencentes ao carreiro material. O exibicionismo do crime que se torna legal estimula ao desrespeito às leis da vida, quando os multiplicadores de opinião e pessoas ditas famosas, mais pela exuberância do desequilíbrio do que pela construção edificante, apresentam-se na mídia para narrar as experiências dolorosas dos abortos praticados, das traições conjugais, das mudanças de parceiro em adultérios chocantes ou relacionamentos múltiplos e promíscuos, como os novos padrões de conduta".

Joanna de Ângelis adverte-nos acerca das condutas que desrespeitam as leis da vida, dentre elas, o adultério. Traz-nos a doutrina espírita, na questão 701 do Livro dos Espíritos, que a poligamia é lei humana cuja abolição marca um progresso social. O casamento, segundo as vistas de Deus, tem que se fundar na afeição dos seres que se unem. Na poligamia não há afeição real: há apenas sensualidade.

Comumente o relacionamento extraconjungal acontece no impulso da paixão. E, a paixão encontra-se no terreno do instinto, abarcando vicissitudes; representando a busca pelo prazer desenfreado a todo custo que entorpecem os sentidos, conduzindo ao disparate, e terminando por deixar sabor amargo.
Alegações de que a infidelidade esteja relacionada ao destino não se coadunam com as leis naturais
da vida, dado que essa circunstância nos remete à concepção de moral debilitada, provocando mágoas e desgostos, fomentados por fraquezas que assinalam o comportamento humano.

Ademais, não raro, há tentativas de justificar o adultério como possível encontro de almas gêmeas,
aqui envolvendo a idealização de metades eternas. Contudo, de acordo com o Livro dos Espíritos, “(…) se um espírito fosse a metade do outro, separados os dois, estariam ambos incompletos”. Dado o estágio evolutivo dos habitantes da Terra, é sabido que o exercício do amor ainda representa grande desafio. No entanto, também, é perceptível que encontraremos na jornada atual espíritos afins com os quais compartilharemos  a caminhada numa ajuda mútua, longe das paixões exaltadas. E que, sobretudo, somos seres imortais, predestinados a benquerer a humanidade inteira. Muitos situam a infidelidade nas esferas das tentações.

Aqui, vale mencionar comentário, carinhoso e divertido, de Chico Xavier citado por Haroldo Dutra: “A tentação é você estar correndo de um cachorro muito grande com uma vontade imensa de ser alcançado, porque a tentação tem um componente forte do desejo. A tentação significa que há uma divisão, um lado do nosso psiquismo deseja ardentemente repetir, viver novamente, experimentar, extrair prazer daquela experiência, e um outro lado já mais consciente, já mais esclarecido, mais fortalecido, sabe que é preciso avançar.”

“O triângulo afetivo / Nunca se forma a contento, / E, termina, sempre, na vida, / Em trio de sofrimento / Pois, sexo com remorso / É melado com veneno” 
(Cornélio Pires, no livro Retratos da Vida).

Não se pode negar que a infidelidade é evidência de profundo egoísmo que gera inconformidades,
desequilíbrios e traumas. André Luiz diz, com muita propriedade, que se a nossa felicidade é alicerçada sobre a infelicidade alheia, responderemos por isso. Joanna de Ângelis expõe que, se o Espírito ainda permanece adormecido no campo da sua consciência, sem empreender o esforço para o despertamento, repete as existências físicas em um círculo vicioso, sem maior proveito, até quando as Leis da Vida impõem-lhe as expiações retificadoras.

Por fim, diz que aquele, porém, que se trabalha, elegendo a trilha saudável do bem proceder, faz-se indivíduo psicológico, porque nele destacam-se as manifestações do equilíbrio ético, dos valores dignificantes, da sábia manifestação mental, dos instrumentos conhecidos como virtudes.

¹JOANNA DE ÂNGELIS, orientadora espiritual de Divaldo P. Franco, é autora, entre outros livros, de Psicologia da Gratidão, do qual foi extraído o texto que referência este artigo.

(Por Cláudia Costa)

Revista Joseph Gleber - Ano 1 - Edição 4 -  Abril 2017